O Volkswagen Polo 2018 recomeçou sua história no Brasil com preços competitivos diante da concorrência na faixa entre R$ 50 mil e R$ 75 mil. O compacto é a pedra fundamental de uma mudança radical na marca alemã no país, que já altera a vida dos demais compactos da marca, que pretende ter 20 lançamentos por aqui até 2020. Cumprindo a promessa de preços, a VW criou uma série de ações para que não só o modelo, mas toda a gama nacional seja beneficiada. O plano é retomar a liderança de mercado, perdida há muitos anos para a Fiat e recentemente nas mãos da GM.
Com oferta de três opções de motor e mais duas de câmbio, o Volkswagen Polo 2018 também resumiu os pacotes de equipamentos, que estão com preços de lançamento, de acordo com a marca. Mas, por exemplo, o pacote mais completo – sem couro – da versão Highline, ainda mantém o preço na cada dos R$ 75.000. Um novo plano de manutenção com custos de revisão de até 60.000 de R$ 2.674, R$ 3.017 e R$ 3.036, respectivamente Polo, Polo MSI e Polo TSI.
Devidamente orquestrado, o lançamento do Volkswagen Polo 2018 ainda teve a divulgação do resultado do Latin NCAP com as cinco estrelas no exato momento em que estavam sendo apresentados outros detalhes do modelo antes do test drive. Já esperado, o desempenho no teste de segurança apenas reforçou a proposta do compacto, que agora vai partir de frente para concorrentes como Fiat Argo, Chevrolet Onix, Hyundai HB20.
Volkswagen Polo 2018 – Impressões ao dirigir
No test drive, realizado em São Paulo, a Volkswagen disponibilizou as versões MSI, Comfortline e Highline, equipadas respectivamente com os motores EA211 1.6 16V MSI e 1.0 TSI. Iniciamos o teste na versão MSI, uma vez que já havíamos andado na Highline (confira aqui nossas impressões). A opção com motor 1.0 MPI ainda não está na frota da VW e por isso não foi possível nem ver e muito menos andar nela.
Visualmente, o Volkswagen Polo 2018 na versão MSI tem um visual muito próximo do Comfortline, tendo faróis duplos com máscara negra, grade em preto fosco sem cromado, bem como para-choque sem faróis de neblina. As rodas de liga leve aro 15 polegadas com pneus de baixa resistência à rolagem 185/65 R15, dão ao compacto um visual mais clean e elegante. Sente-se a falta de repetidores de direção nos retrovisores e sensores de estacionamento. No pacote visto nos carros de teste, outro item ausente não foi esquecido: câmera de ré.
Por dentro, o ambiente é ainda mais racional. A mescla de tons de cinza torna o interior mais sóbrio e nenhum pouco esportivo. O painel tem acabamento cinza escuro com tons mais claros, enquanto a parte central tem revestimento fosco, diferentemente do Highline que é em preto brilhante.
A instrumentação é analógica e tem computador de bordo I-System, atendendo bem nesta versão MSI. Já a multimídia Comfort Media traz um bom pacote de funcionalidades, incluindo Android Auto, Car Play e MirrorLink, além de SD, USB (há um segundo no suporte de celular) e Bluetooth. Como já falamos, faltou apenas a câmera de ré. Além dele, igualmente útil, foram os retrovisores elétricos. Enquanto os para-sóis têm espelhos iluminados e há quatro luzes de leitura, mais porta-óculos no teto, o Polo MSI 2018 não oferece ajuste elétrico dos espelhos externos, nem como opcional.
Ar-condicionado manual e porta-luvas com espaço maior que no topo de linha (pois não há o dispositivo para 2 SDs e CD). Os bancos têm padronagem aceitável, mas as portas são exageradamente cinzas, especialmente as de trás. O banco é inteiriço e a coluna de direção não tem ajuste de altura. Ainda assim entrega quatro airbags, Isofix e Top Tether, além da opção de controles de tração e estabilidade, junto com assistente de partida em rampa.
Ao volante, nota-se que a alavanca de câmbio é alta e com curso curto, como é característico da marca. Os engates não são muito macios, mas há precisão. A embreagem é bastante macia. Na posição de dirigir, o assento – com ajuste em altura – tem posição bem elevada na altura das pernas, diferente do que notamos na versão Highline. O motivo pode ser a ausência de ajuste nesse pacote. Os comandos ficam bem à mão, mas regular o espelho externo do lado direito, só soltando-se o cinto de segurança, se já estiver atado. O freio de mão tem curso adequado, mas é áspero no acionamento.
Nas ruas de São Paulo e com três pessoas a bordo, o Volkswagen Polo MSI 2018 mostrou alguma agilidade, mas a impressão é que falta um pouco mais de disposição por parte do motor 1.6 MSI. Nas saídas, precisa-se pressionar mais o acelerador para ter uma resposta adequada. A característica lembra um pouco o motor 1.0 TSI no up! quando em baixa rotação mas, no subcompacto, o propulsor realmente entrega a força desejada quando se aplica um pouco mais de força, o que não ocorre no 1.6 MSI.
Ele entrega 110 cv a gasolina e 117 cv no etanol, ambos a 5.750 rpm, enquanto o torque é de 15,8 kgfm na gasolina e 16,5 kgfm no etanol, obtidos a 4.000 rpm. As trocas feitas em 3.000 rpm é que realmente deram um resultado melhor. Apesar de ter números respeitáveis para sua categoria, o Volkswagen Polo MSI 2018 parece ter focado muito mais na economia do que na performance. Até a terceira marcha dá para trabalhar com ele em alta e assim ter agilidade no trânsito.
Na estrada, o Volkswagen Polo MSI 2018 não fez muito a diferença numa comparação com sua atitude no meio urbano. As respostas ao acelerador foram igualmente mais lentas que o esperado, especialmente nas retomadas. Com foco na economia, o desempenho do propulsor poderia não ser tão atenuado no compacto, agindo com mais disposição em modelos como Fox e Saveiro, por exemplo. Foram cortados 3 cv, mas não são suficientes para gerar uma diferença grande na performance.
De modo geral, o 1.6 MSI no novo compacto é apenas adequado, apesar dos números de fábrica, que falam de aceleração de 0 a 100 m/h em 9,6 segundos no etanol e 9,9 segundos na gasolina, mesmo resultado do 1.0 TSI. Rodando a 110 km/h, o ponteiro marca 3.000 rpm, dentro da média. Nesse aspecto, como primeira impressão, não agradou tanto assim. Buscando uma condução mais esportiva, o propulsor mostra alguma agilidade acima de 5.000 rpm, tendo o motor cheio para obter uma resposta adequada nessa condição.
Mas, o Volkswagen Polo 2018 tem mais do que só motor. O compacto apresenta uma boa dirigibilidade, sendo muito próximo do Golf nesse aspecto. A direção elétrica progressiva é bem direta e confortável, dando o condutor total controle das ações do carro. Os freios agarram bem no MSI, que tem tambores nas rodas traseiras.
A suspensão tem uma boa calibragem, sendo bastante confortável na cidade e também na estrada. A estabilidade é outro ponto elogiável, garantindo curvas bem fechadas com segurança e controle dinâmico. Algo que chamou a atenção foi a buzina, que tem sonoridade total ao toque, não dando assim para dar buzinadas ligeiras. Os bancos se mostram confortáveis durante a condução e o isolamento acústico, no entanto, poderia ser um pouco melhor, mas é aceitável na média.
Se cabe uma comparação com o TSI, realmente o foco de ambos é a economia, mesmo com o propulsor com turbo e injeção direta, que só responde verdadeiramente forte no modo Sport. Ainda assim, o 1.0 TSI no geral, naturalmente atende muito melhor o Volkswagen Polo 2018 e não poderia ser diferente.
A Volkswagen já indicou que espera a maior parte do mix de vendas para as duas versões com motor TSI, pois entregam uma proposta melhor em termos de performance e economia. No entanto, para quem não pode ou não quer (especialmente pela obrigatoriedade do câmbio automático), o Polo MSI 2018 surge como alternativa, naturalmente sem contemplar as vantagens do TSI. Se você está decidido pelo Novo Polo e há dúvidas entre MSI e TSI, é importante fazer o test drive nos dois para fechar com um deles.
Volkswagen Polo 2018 – Galeria de fotos
Evento a convite da Volkswagen.
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